Fazendo Gato & Sapato

07 março 2009

Meu pai


... é um homem centrado em si mesmo. Descobri isso ao vê-lo incorporar novas palavras ao vocabulário cotidiano. Na sua simplicidade dos sem canudos e que aprendizes da vida perambulam na busca de soluções aos problemas concretos da vida.
Ele mede a quantidade de tijolos necessários na confecção de paredes e outros utensílios inusitados que nós mulheres desejamos ao decorar a casa. É uma aula de matemática que mesmo os com canudos como eu jamais tive. A dificuldade dele é com as cores, talvez a cor e sua mistura também não entrassem nas aulas de educação artística. Ficou uma lacuna que o tempo não se encarregou de preencher. Mas os com canudos também se observam alguma dificuldade no momento crucial de preparar a cor das paredes que ao contrário do laranja desejado transformam-se em rosa. Uma cor bem feminina por sinal em sua simbologia. O pai esse meu pai tem dificuldades em dispor segundo a filosofia oriental os objetos na futura casa que ele construiu sem ser arquiteto e nem engenheiro. Talvez a casa da sabedoria que adquiriu com tempo e a vida vivida tenham uma marca.
Inevitável é a marca dos que amam e se esmeram no que fazem. Estes não marcam a si mesmos, embora centrado em si mesmo, esse meu pai de simplicidade rústica, inventor de paredes e soluções práticas. Marca sim aqueles a quem ama.

Simone Majerkovski Custodio
6 FEV09



Comentário de uma amiga Vera- SP ESCRITO COM A TINTA QUE PASSA PELO CORAÇÃO.

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