Fazendo Gato & Sapato

24 janeiro 2008

alguém para dividir seus sonhos.

A vida se reinventa pelo toque aspirada e inspirada pelo crédito de outrem.A memória só adquire função ao contrastar-se com diferentes realidades.Uma palavra um gesto muda seu percurso.Assistindo ao filme alguém para dividir seus sonhos ficou em mim uma imagem,uma cena em que o personagem em meio uma avenida tumultuada vislumbra como em um sonho acordado uma possibilidade de vida em meio a miséria cotidiana.O lugar paradisiaco,um lugar para a tecitura de sonhos.Como um útero feminino que guarda a semente em dura gestação,faz-se necessário guardar os miséros centavos recebidos ao limparem os pará-brisas de quem passa.Quem passa confortavelmente sentado em máquinas posantes.O braço estica e a boca fala,elogiando em meio ao turbilhão do trânsito,o rosto de protegido de mulheres maduras.Vê-se beleza por meio de um sujo vidro.Ocorre o espanto.Nas grande metropoles é incomum o elogio.A função daqueles individuos,não somente limpar para-brisas.Limpa-se a alma,limpa-se a cidade e areja-se os corações.Encoraja-se o bem viver.A amizade é uma espiral.Ela pega os destraidos e cansados da vida.Dando de brinde a solidariedade.É preciso registrar a vida ,a sensibilidade percebida pelo personagem.Uma mulher que vai trazer ao mundo um novo ser,o melhor amigo,o milagre da mão libertada do frio e da doença.Quando chega a hora de partir a memória registrada a duro custo o acompanha.O acompanha pois esse lhe pertence.Aquele mundo sensivel e solidário.Fica o amigo,o párceiro e pai escolhido pelas contigências temporais.Fica a certeza incorporea mas presente da amizade que sonhada permanece.

Simone Majerkovski Custodio...

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